A bipolaridade é o nome popular dado ao Transtorno Afetivo Bipolar, uma doença psiquiátrica que pode afetar pessoas de todas as idades e que, apesar da sua alta incidência, é pouco discutida pela sociedade.
Por isso, na tentativa de desmistificar e explicar alguns fatos sobre a doença, a seguir vamos entender melhor como o problema se apresenta e como se dá o seu tratamento.
O Que É Bipolaridade?
O transtorno bipolar, chamado antigamente de Doença ou Psicose Maníaco-Depressiva, é um distúrbio psiquiátrico que causa variações no humor. Assim, pessoas que sofrem com o problema apresentam episódios depressivos e de “mania”, que se alternam.
Entretanto, a frequência desses episódios pode variar, assim como a sua intensidade. E, quando a pessoa realiza o tratamento de forma correta, os sintomas apresentam uma melhora considerável, o que faz com que muitos pacientes possam levar uma vida normal.
Quais Os Sintomas?
O sintoma mais característico da bipolaridade é a Mania, que é um estado de humor que torna a pessoa excessivamente sociável, expansiva e eufórica, chegando ao ponto de se tornar um risco para a própria segurança física e financeira.
Assim, pessoas em mania normalmente apresentam os seguintes traços de comportamento:
- Gasto excessivo de dinheiro;
- Fala e pensamento acelerados;
- Reação exagerada a estímulos;
- Aumento da autoconfiança;
- Perda de noção de realidade, chegando ao ponto de apresentar delírios e alucinações (em casos mais graves);
- Abuso de álcool e drogas ilegais.
Porém, a grande maioria das pessoas que se encontram em mania têm dificuldade para reconhecer o problema, uma vez que a pessoa se sente bem, com o humor elevado.
Além disso, pessoas com o transtorno apresentam também episódios de depressão, normalmente alternados com a mania.
Os sintomas são:
- Rebaixamento do humor, que podem variar desde a tristeza até, em casos mais graves, tentativas de suicídio;
- Diminuição da autoestima;
- Alterações de sono.
- Diminuição da libido;
- Choro fácil;
- Culpa excessiva;
- Sensação de desespero.
Mas, é importante ressaltar que o quadro clínico pode variar, e algumas pessoas podem ainda apresentar sintomas diferentes durante as fases de mania e depressão.
Existe tratamento para bipolaridade?
O tratamento adequado para o transtorno bipolar ajuda a reduzir a duração das crises e pode em muitos casos preveni-las.
Além disso, da mesma forma que acontece com outras doenças, o tratamento deve ser individualizado, levando em consideração as características específicas da pessoa e a gravidade do quadro.
Mas, de forma geral, o tratamento pode incluir:
- Medicamentos estabilizadores de humor, como o lítio e o ácido valpróico;
- Antidepressivos;
- Antipsicóticos, principalmente para quadros que incluem psicose e delírios;
- Psicoterapia.
Assim, quando o tratamento é feito de forma correta, muitas pessoas conseguem ter uma vida praticamente normal, uma vez que a quantidade e a duração das crises melhoram bastante.
Mitos Sobre A Bipolaridade
Apesar de ser uma doença relativamente comum, afetando cerca de 1% da população, existem muitos mitos sobre a bipolaridade, que acabam levando ao isolamento das pessoas que sofrem com o problema.
Por isso, vamos agora conhecer os quatro mitos mais comuns:
- Toda mudança de humor é sinal de bipolaridade: Esse muto é bastante difundido na nossa sociedade, o que faz com que muitas pessoas sejam taxadas de bipolares simplesmente porque apresentam mudanças de humor, que são normais no dia a dia ou podem ser causadas pelo estresse e problemas físicos;
- O transtorno só afeta o humor: Esse é outro mito comum, e por isso é importante ressaltar que a bipolaridade pode afetar outros aspectos da vida, como as relações interpessoais e a capacidade de administrar os afazeres do dia a dia;
- Pessoas com o problema não podem ter uma vida normal: Esse mito é extremamente estigmatizante, uma vez que muitas pessoas conseguem ter uma vida normal, trabalhar e constituir família, enquanto tratam e manejam o transtorno bipolar;
- A doença é 100% hereditária: Apesar de ter um componente genético, muitos outros fatores contribuem para o desenvolvimento do problema. Assim, a genética pode aumentar a chance de aparecimento da bipolaridade, mas não é uma sentença definitiva.
Referências Bibliográficas
Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas transtorno afetivo bipolar do tipo I – Ministério da Saúde 2016