As especiarias são temperos usados na culinária para condimentar e proporcionar sabores diferentes nas comidas.
Durante a época das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos (séculos XV e XVI), elas eram muito valorizadas e serviam como moeda de troca, além de serem caríssimas. Dentre as especiarias mais famosas, temos o orégano.
O que é o orégano?
Origanum vulgare, popularmente conhecida como orégano, é uma erva mediterrânea, nativa das regiões montanhosas do sul da Europa até o oeste asiático. Conhecida principalmente pelo aroma inconfundível, ela é usada há séculos na culinária devido ao seu sabor característico.
No Brasil, devido à forte crença no poder terapêutico das ervas, muito tem se estudado sobre o orégano e sua efetividade para fins medicinais, como no tratamento da tosse, dores de dente, ouvido e cabeça, febre, doenças de pele, problemas digestivos e respiratórios.
Propriedades terapêuticas do orégano
Estudos científicos mostraram que o orégano apresenta propriedades terapêuticas como antifúngicas, anti-inflamatória, de analgesia, bactericida, antisséptica e digestiva, além de ser um poderoso antioxidante.
Estudos recentes mostraram que o orégano foi classificado como a planta de mais alta atividade antioxidante, até mais que a vitamina E.
Essas propriedades são atribuídas principalmente ao carvacrol e ao timol, dois compostos químicos presentes no orégano, que representa até cerca de 80% da sua composição.
Mas apesar das evidências bioquímicas, clínicas e epidemiológicas mostrarem potenciais benefícios do orégano, não existe ainda um consenso científico estabelecido que suporte decisões no âmbito de políticas mais globais de saúde pública referente ao uso de especiarias e ervas na medicina tradicional.
Benefícios do orégano
Para as mulheres, o consumo frequente do chá de orégano pode ser benéfico, uma vez que suas propriedades ajudam na regulação do ciclo menstrual, por possuir entre seus componentes polifenóis com propriedades anti-inflamatórias.
Acredita-se que o orégano pode ajudar a aliviar as cólicas decorrentes da menstruação, diminuindo o inchaço corporal que é sentido durante esse período.
Além disso, o seu consumo regular também pode ser benéfico para resolver o problema de quem tem o ciclo menstrual irregular e ainda prevenir o risco da menopausa precoce, porém não há evidências cientificas sobre isso.
O orégano é mais utilizado na forma de óleo essencial, que é usado na composição de aromatizantes de alimentos e perfumes, e na forma de erva seca, de grande utilização na culinária, podendo ser consumido na forma de chá ou utilizado em carnes, molhos de tomate e outros tipos de massas, sendo o ingrediente fundamental da nossa famosa pizza.
Mas, se possui tantos benefícios, qual o problema no consumo do orégano?
Estudos referentes à toxicologia do orégano são bastante escassos. Sabe-se que o consumo exagerado de orégano tem sido associado a efeitos colaterais como vômitos e alergias.
Devido aos óleos essenciais serem produtos de extração de uma espécie vegetal, eles são mais concentrados e apresentam toxicidade mais elevada que a planta original, por isso o consumo do óleo essencial não é recomendado.
Em determinados casos, o óleo pode ser apenas inalado ou aplicado em via tópica.
Para grávidas, especialmente, sabe-se que o uso indiscriminado de plantas medicinais podem gerar efeitos teratogênico, embriotóxico e abortivo, uma vez que os constituintes da planta podem atravessar a placenta, chegar ao feto e gerar um desses efeitos.
Sobre o orégano, muito se fala sobre seu poder potencialmente abortivo, além de causar sangramento uterino.
Dessa forma, sim, grávidas devem evitar o consumo de orégano durante a gestação. A restrição vale principalmente no primeiro trimestre.
É nesse período que há maior risco de acarretar doenças ligadas a má formações e alterações genéticas, devido a formação dos órgãos do feto, principalmente o cérebro e sistema nervoso.
Qualquer influência externa sobre esses processos é indesejável, porque pode ser prejudicial para o feto.
Por causa dessas propriedades, o orégano é, inclusive, usado pela medicina alternativa para interromper a gravidez indesejada. Alguns especialistas afirmam que se consumo não é recomendado nem como tempero.
A proibição do consumo de orégano na gravidez está associada a um possível efeito na musculatura do útero: seus componentes fazem com que o útero se contraia e sangre, o que pode causar um aborto espontâneo ou parto prematuro.
É válido ressaltar também que os efeitos do chá só acontecem quando o consumo é feito de forma concentrada e em grandes quantidades.
No caso de gestantes, especialmente, o organismo está passando por uma grande modificação e cada organismo pode reagir de um jeito, portanto, o mais prudente é não arriscar.