Infelizmente, a fibromialgia é uma doença difícil de ser identificada, pois os sintomas são comuns a outras doenças, assim podem ocorrer diagnósticos equivocados e causar ainda mais prejuízos às pessoas afetadas.
O que é fibromialgia?
Trata-se de uma síndrome reumatológica crônica que provoca dores intensas no corpo, sendo manifestadas em vários pontos simultaneamente e por tempo prolongado.
A população mais afetada por fibromialgia são mulheres. Estima-se que a cada 10 pessoas diagnosticadas, 7 são do sexo feminino.
É na idade adulta que mais há incidência, isto e, entre 30 e 60 anos, mas não impede de haver casos de crianças, adolescentes e idosos também apresentarem.
Sintomas da fibromialgia
Além das dores crônicas por todo o corpo, também podem ser acompanhadas de fadiga, depressão, problemas no sono, dores de cabeça, dormência, formigamento, palpitação, irritabilidade, problemas digestivos, respiratórios e sensibilidade nas articulações.
As dores podem durar de 3 meses até períodos mais prolongados. Veja quais são os pontos afetados pela fibromialgia:
Vídeo sobre Fibromialgia
Causas da fibromialgia
Como já foi falado, é difícil de ser identificada, justamente devido à falta de consenso científico a respeito das causas da fibromialgia, ainda não se tem conhecimento da etiologia necessariamente, mas consideram-se os seguintes fatores:
- Genética;
- Doenças autoimunes;
- Sexo
- Idade;
- Sedentarismo;
- Quadro depressivo;
- Quadro de ansiedade;
- Acidentes ou episódios traumáticos.
Vale destacar que muitos médicos concordam que a fibromialgia é uma doença intimamente relacionada a fatores emocionais, é uma manifestação física advinda de questões da saúde mental, principalmente traumas e transtornos existentes já na infância.
Porém, é preciso entender que toda doença de raiz psicológica deve ser tratada no âmbito físico além do âmbito mental, pois a dor física é real e deve ser tratada para que o indivíduo tenha mais qualidade de vida, uma vez que a fibromialgia debilita a pessoa a exercer suas atividades diárias.
Diagnóstico da fibromialgia
A identificação desta doença reumatológica deve ser feita por médicos especialistas, isto é, reumatologistas, ortopedistas ou fisiatras.
É importante que seja feito um despiste de outras doenças por meio de análise clínica e em consultório.
O diagnóstico da fibromialgia começa, portanto, com a anamnese, o médico deve questionar sobre o quadro atual e histórico do paciente e assim direcionar os exames em sequência, como análise de enzimas (quando há perda enzimática pode haver quadro crônico de dores musculares), biópsias, exame de sangue.
As doenças que podem ser confundidas são:
- Artrite reumatóide;
- Artrose;
- Polimiosite.
- Síndrome Dolorosa Miofascial
- Síndrome da Hipermobilidade Articular
Muitos pacientes também sofrem de dores secundárias à fibromialgia, tais como intestino irritável, enxaquecas, e dores na articulação temporomandibular.
Existem exames (de sangue ou de imagem) para Fibromialgia?
Infelizmente, não existem exames de sangue ou de imagem que possam diagnosticar diretamente a fibromialgia.
A fibromialgia é uma condição complicada porque causa muitos sintomas diferentes, como dor em todo o corpo, cansaço e dificuldade para dormir. Algumas pessoas também podem ter dores de cabeça, dores de barriga ou sentir-se ansiosas ou tristes. O problema é que esses sintomas também podem ser encontrados em outros problemas de saúde, e é por isso que não é fácil para os médicos descobrir se alguém tem fibromialgia apenas olhando um exame de sangue ou um raio-x.
Normalmente, quando os médicos querem saber se você tem uma determinada doença, eles podem usar exames como exames de sangue, que procuram marcadores especiais em seu sangue que podem mostrar se você tem uma doença específica. Ou, eles podem usar exames de imagem, como raios-x ou ressonância magnética, que criam imagens do interior do seu corpo para ver se há algo errado.
Mas a fibromialgia é diferente. Não há marcadores específicos no sangue ou alterações no corpo que os médicos possam ver com esses testes. Em vez disso, eles precisam conversar com a pessoa, entender seus sintomas e garantir que nenhuma outra condição esteja causando esses sintomas.
Critérios de Diagnóstico de Fibromialgia
Não há testes de laboratório ou exames de imagem, como raios-x, tomografia ou ressonância, para diagnóstico radiológico da fibromialgia.
Os médicos devem avaliar e realizar exame clínico nos pacientes para descrever com precisão seus sintomas.
Os critérios diagnósticos incluem dois componentes principais: o índice de dor generalizada (WPI) e a pontuação de gravidade dos sintomas (SSS).
- Índice de dor generalizada (WPI): os médicos avaliam os locais e o número de áreas doloridas em todo o corpo.
- Pontuação de gravidade dos sintomas (SSS): dividida em duas partes: a. A primeira parte avalia a gravidade da fadiga, problemas de sono e memória ou problemas cognitivos. b. A segunda parte avalia a presença de outros sintomas, como síndrome do intestino irritável, dores de cabeça, náuseas, vômitos, pirose, ansiedade e depressão.
O médico então usará essas pontuações para determinar a probabilidade de um diagnóstico de fibromialgia. No entanto, esta é apenas uma peça do quebra-cabeça.
Um exame físico também é necessário e os sintomas não devem ser atribuídos a outras condições. Como resultado, os médicos podem realizar exames de sangue ou exames de imagem para descartar diagnósticos alternativos.
Sintomas duradouros e buscar ajuda
Para um diagnóstico de fibromialgia, os sintomas devem persistir por pelo menos três meses. Para ajudar a rastrear esses sintomas, é essencial manter um diário ou lista de verificação de sintomas. Isso fornecerá informações precisas para o seu médico.
Tratamento da fibromialgia
Uma vez identificada a fibromialgia, é recomendado o tratamento, que consiste em terapias que ajudem o paciente a recuperar a qualidade de vida, assim, além dos medicamentos com ação central (ou sejam, podem atuar no cérebro para controle de neurotransmissores e no alívio da dor), tais como medicamentos antidepressivos, anticonvulsivantes, e relaxantes musculares.
O uso de analgésicos e anti-inflamatórios é também importante para dores agudas ou picos de dor.
Tratamentos complementares que podem ter benefício no alívio da dor e qualidade de vida incluem
- Acupuntura
- Psicoterapia
- Terapia ocupacional
- Fisioterapia
- Nutricionista
A acupuntura contribui com a redução das dores, devido à inserção de agulhas diretamente nos pontos afetados.
A psicoterapia e a terapia ocupacional são capazes de elaborar as questões emocionais que podem ter relação causal com a doença, como pode ser mais um efeito dela.
Tanto a acupuntura como a psicoterapia ajudam o paciente a ter mais motivação e equilíbrio para continuar com as atividades da vida e superar a fibromialgia.