O nosso organismo realiza diversas reações químicas para o adequado funcionamento de nossas células. Alguns elementos, como o cobre, zinco, ferro, potássio, cálcio, magnésio, manganês e fósforo são essenciais para que ocorra essas reações químicas importantes à nossa vida e saúde. Mas para isso, esses elementos – ou minerais – devem atuar em concentrações adequadas.
O que é Mineralograma?
Atualmente, existe um exame chamado mineralograma que é utilizado para realizar uma análise complementar dos minerais em nosso organismo, ajudando a fornecer informações importantes para o diagnóstico do estado de saúde de uma pessoa.
Usos do mineralograma
Esse exame é usado, principalmente, para se ter uma ideia do estado geral de saúde de um indivíduo, através da análise de elementos nutritivos, além de identificar problemas de saúde, como osteoporose ou distúrbios na tireoide, que podem ser indicados por um desequilíbrio nas concentrações de nutrientes, especialmente o cálcio, magnésio, potássio, ferro e sódio.
Como fazer o mineralograma?
O mineralograma pode ser realizado através da coleta de qualquer material biológico, como o sangue, a saliva, a urina e até mesmo o cabelo.
O cabelo é o principal material biológico utilizado para a realização desse exame, pois ajuda a fornecer resultados associados à intoxicação a longo prazo dependendo do comprimento do fio. Já a urina e o sangue são materiais que apresentam algumas limitações, pois indicam a concentração de minerais no organismo no momento em que foi realizada a coleta do material.
Coleta do mineralograma
A forma de coleta irá variar dependendo do material biológico escolhido e do laboratório. A análise do sangue e da urina identifica apenas a exposição aguda e recente, então a análise capilar é conhecida por apresentar mais vantagens, até pelo fato de ser menos invasiva.
O material capilar é mais fácil de ser coletado e armazenado, além de também poder ser empregado para monitoramento temporal, já que o cabelo tem uma taxa de crescimento de aproximadamente 1 cm por mês.
Mineralograma capilar
O mineralograma capilar é feito com cerca de 30 a 50g de cabelo, que geralmente são retirados da nuca, diretamente da raiz. Esse material é enviado ao laboratório, onde serão realizados testes com o intuito de dosar a concentração de minerais tóxicos no cabelo e no organismo, indicando uma possível intoxicação.
Existem alguns fatores que podem influenciar no resultado do teste de mineralograma capilar, como o uso de shampoo anti-caspa, colorações e contato frequente com cloro devido a banhos de piscina. Então, antes de realizar o exame, é recomendado evitar lavar a cabeça com shampoo anti-caspa e usar colorações, pelo menos, duas semanas antes de realizar o mineralograma capilar.
De preferência, a análise deve ser feita em cabelos naturais. Então, deve-se deixar o cabelo crescer sem tratamentos estéticos permanentes, como alisamento e tintura, por pelo menos 3 meses antes da coleta da amostra, já que os produtos empregados podem incorporar ou extrair elementos do cabelo, o que iria dificultar na interpretação correta dos resultados.
Quando o mineralograma é realizado através da amostra de cabelo, isso permite verificar a concentração de minerais nos últimos 60 dias. Já o exame de sangue fornece resultados referentes aos últimos 30 dias. Quando o material escolhido é o sangue, o paciente deve ficar em jejum por cerca de 12 horas antes de realizar o exame.
O exame de mineralograma não é capaz de diagnosticar doenças, mas a partir dos resultados que o exame fornece, o médico consegue verificar a quantidade de minerais presentes no organismo e, dessa forma, torna-se possível elaborar um plano de tratamento para que o paciente se sinta melhor e tenha mais qualidade de vida.
Por que é importante analisar as concentrações dos minerais do organismo?
Os minerais podem afetar a biodisponibilidade de outros minerais. Por exemplo, o aumento da concentração de cobre no organismo pode influenciar na diminuição da concentração de zinco.
Para as pessoas que ingerem álcool, esses indivíduos podem estar se intoxicando com cobre, o que poderia estar causando uma redução nas concentrações de zinco e de outros minerais importantes.
A deficiência de zinco deve ser investigada, pois afeta no desenvolvimento cognitivo, alterando a atenção, o comportamento neurofisiológico e as atividades motoras. Esse mineral é muito importante para a fisiologia neural, já que atua como um fator modulador da resposta sináptica, gerando modificação na transmissão neural.
Já existem relatos de que quando ocorre desequilíbrio entre zinco e cobre, com níveis altos de cobre e baixas concentrações de zinco, isso pode contribuir para o desenvolvimento de câncer de pulmão.
Pessoas com excesso de ferro no organismo estão mais propensas a desenvolver uma anomalia chamada hemocromatose, onde o excesso de ferro se acumula no fígado, pâncreas e coração, o que pode causar um quadro de cirrose, além de tumores hepáticos, diabetes mellitus e insuficiência cardíaca.
Altas concentrações de ferro, cobre e manganês no organismo também estão relacionadas a doenças neurodegenerativas, como Doença de Alzheimer, mal de Parkinson e esclerose múltipla.
No exame de mineralograma, a presença de chumbo, bário, mercúrio ou alumínio na amostra coletada, por exemplo, indica intoxicação, pois são minerais não encontrados normalmente no organismo e que não trazem benefícios para a saúde.
Quando ocorre a detecção desses minerais, o médico recomendará que o paciente realize outros exames para que seja confirmado o diagnóstico. Após isso, é indicado o tratamento mais adequado para a desintoxicação e reequilíbrios dos minerais no organismo.
Tratamento para o reequilíbrio dos minerais no organismo
Dietas específicas e suplementos vitamínicos podem ajudar a corrigir o metabolismo e melhorar as condições gerais do organismo, desintoxicando o corpo, caso existam metais tóxicos presentes.
Um estudo publicado no periódico World Cancer Research Journal sugere um tipo de dieta o mais próximo possível da dieta macrobiótica, que inclui feijão integral, vegetais da estação crus e cozidos, legumes, frutas da época, peixe e carne branca. É importante também limitar a quantidade de proteína animal, pois em determinadas condições os aminoácidos podem modular a absorção de metais tóxicos.
Esse estudo afirma que uma mudança no estilo de vida e uma educação nutricional adequada podem melhorar significativamente os parâmetros metabólicos do organismo.
O tratamento dietético promove a fisiologia celular e o reequilíbrio dos minerais nutricionais, ajudando a aumentar a capacidade celular de defesa contra substâncias perigosas. Dessa forma, o melhor caminho é alterar o estilo de vida e a alimentação, com o acompanhamento de um profissional capacitado.