Além de proporcionar mobilidade, uma cadeira de rodas adequada beneficia a saúde física e a qualidade de vida dos usuários, auxiliando na redução de problemas comuns como úlceras de pressão, progressão de deformidades e melhora a respiração e a digestão.
Cadeiras de roda motorizadas e controladas por movimentos da face vêm sendo estudadas e desenvolvidas por pesquisadores de diversos países, como o Brasil, Estados Unidos e Japão.
Neste artigo, iremos mostrar alguns dos últimos avanços nas tecnologias.
A tecnologia pode ser usada por pessoas com tetraplegia, vítimas de acidente vascular cerebral e pacientes com esclerose lateral amiotrófica ou outras condições que impossibilitam movimentos finos das mãos.
Cadeiras de roda controlada por expressões faciais – FEEC/Unicamp
Um grupo de pesquisadores brasileiros da Faculdade de Engenharia Elétrica de Computação da Universidade Estadual de Campinas (FEEC/Unicamp) desenvolveu em 2016 um equipamento experimental, em que avaliaram técnicas de interface cérebro-computador para possibilitar controle de uma cadeira de rodas motorizada com equipamentos (câmera) que permitem o controle da cadeira por meio de expressões faciais.
Confira o Vídeo abaixo publicado pela Agência FAPESP
Outras cadeiras motorizadas – Wheelie 7 (Brasil)
O Wheelie é um kit que permite que as pessoas conduzam sua cadeira de rodas usando expressões faciais.
A Hoobox Robotics colaborou com a Intel para produzir um kit adaptador que permite que quase qualquer cadeira de rodas elétrica seja controlada pelas expressões faciais do usuário.
Wheelie 7, assim chamado porque leva apenas sete minutos para instalar, usa o programa AI 4 Good da Intel – a câmera de profundidade 3D RealSense da Intel e um mini computador de bordo, combinado com o software de reconhecimento facial da Hoobox.
O kit Wheelie 7 equipa uma cadeira de rodas com Inteligência Artificial para detectar 9 expressões faciais do usuário e processa os dados em tempo real para direcionar o movimento da cadeira. Sorrir, erguer as sobrancelhas, franzir o nariz ou fazer beicinho nos lábios como se fosse um beijo estão entre o repertório de gestos reconhecidos pelo protótipo Wheelie 7.
A empresa mudou-se para Houston em 2018 para se juntar à incubadora JLABS, administrada pela Johnson & Johnson, no Texas Medical Center.
Vídeo sobre a Cadeira de Rodas Wheelie 7
Sobre a cadeira de rodas Wheelie 7
“O Wheelie 7 é o primeiro produto a usar expressões faciais para controlar uma cadeira de rodas. Isso requer uma precisão e exatidão incríveis, e não seria possível sem a tecnologia Intel”, disse o Dr. Paulo Pinheiro, cofundador e CEO da HOOBOX Robotics. “Estamos ajudando as pessoas a recuperar sua autonomia.”
Wheelie é atualmente um protótipo que está sendo testado por mais de 60 pessoas, a maioria com tetraplegia, esclerose lateral amiotrófica ou deficiências relacionadas à idade.
Outras cadeiras de roda controladas pelo rosto
Pesquisadores japoneses da Universidade de Miyazaki criaram uma cadeira de rodas controlada com eletrodos na face.
Vídeo da Cadeira de Rodas Japonesa – Controlada pela Face
Estudos científicos
Um estudo publicado na Scitepress por pesquisadores portugueses da Universidade de Porto discutiu também a criação de um prototipo de interface de comando para cadeiras de roda, dispensando o uso de mãos. No estudo, optou-se por testar o uso de expressões faciais
As expressões faciais foram capturadas por uma câmera digital, e interpretadas por um aplicativo conectado a um laptop na cadeira de rodas.
Outro estudo publicado na Computer Methods Programs Biomedical, por pesquisadores da Tunisia, avaliou o uso de redes neurais (neural networks, em inglês) e preprocessamento específico de imagens. Assim, o algoritmo avalia a face, e a rede neural classifica as emoções visíveis na face em tempo real, sendo traduziada para sinais para controlar a cadeira de rodas.
Esta solução é mais minimalista, não necessitando do uso de um laptop ligado na cadeira de rodas, e sim apenas um celular smartphone e um Raspberry Pi (mini computador, do tamanho de um baralho).
Segundo os autores, esta solução é “intuitiva, moderna, não requer esforço físico e pode ser integrado a um smartphone ou tablet. Os resultados obtidos destacam a eficiência e confiabilidade deste sistema, que garante uma navegação segura para o paciente com deficiência.”