A coxartrose, também conhecida como artrose do quadril ou artrite degenerativa do quadril, é uma patologia que progride lentamente, ao longo de vários anos. E de forma gradual limita a mobilidade do paciente, além de ocasionar dores intensas.
Como qualquer artrose, a coxartrose caracteriza-se por ser um quadro clínico no qual há a degeneração da cartilagem articular. Neste caso, a área acometida é a articulação coxofemoral. E vale ressaltar que ela pode ser de origem primária ou secundária.
Quando a condição é primária, não existe uma causa conhecida para o processo degenerativo. Mas ela é, em geral, associada ao envelhecimento do organismo e a fatores genéticos. Além disso, costuma acometer o paciente bilateralmente.
Já a artrose de quadril secundária surge a partir de uma causa inicial diagnosticável que pode ser uma outra patologia, um trauma ou uma infecção, por exemplo. Nesses casos, na maioria das vezes, apenas um dos lados do quadril do paciente é comprometido.
Salientamos que por atingir a articulação coxofemoral, essencial para a realização de inúmeros movimentos e suporte do peso corporal, essa artrose deve ser diagnosticada e tratada o quanto antes, a fim de evitar a perda de funcionalidade do paciente.
Ainda, dentre os indivíduos com maior predisposição a desenvolvê-la destacam-se os idosos e praticantes de atividades físicas de alto impacto, como atletas de corrida, de futebol, de tênis e outras modalidades que exigem bastante da articulação do quadril.
Causas comuns
Diversos podem ser os fatores que levam ao desgaste da cartilagem articular do quadril, uma vez que esta é utilizada quase que incessantemente e não é incomum sua sobrecarga, seja por sobrepeso ou pela realização de movimentos em excesso.
Logo, algumas situações que favorecem o surgimento da coxartrose são a obesidade, a prática intensa ou excessiva de atividades físicas – principalmente as de alto impacto sobre a estrutura femuro-acetabular – e traumas que atingem diretamente a articulação.
Além disso, há correlação entre esse quadro clínico, o processo de envelhecimento e condições genéticas.
Mas existem ainda outras situações relevantes associadas aos casos de artrose do quadril. São elas:
- artrite reumatoide e outras patologias reumatológicas;
- artrites decorrentes de infecções;
- diabetes;
- doença de Legg-Calvé-Perthes;
- luxação congênita;
- osteonecrose da cabeça do fêmur.
Enfim, durante o diagnóstico o profissional deve identificar qual a causa para a coxartrose, pois é a partir dessa que a intervenção adequada, para alívio dos sintomas e impedimento da progressão da doença, pode ser estabelecida.
Diagnóstico
Além do exame clínico, um exame primordial para o diagnóstico da artrose do quadril é a radiografia da pelve. Esta permite a observação de alterações na estrutura da articulação coxofemoral como a presença de osteófitos e a redução do espaço articular.
Portanto, em associação com o relato dos sintomas, o histórico clínico do paciente e o exame físico, ela é suficiente para identificar a coxartrose.
Porém, a fim de verificar a causa inicial para tal condição pode ser preciso realizar exames complementares de sangue, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Assim, se houver outras patologias presentes elas são diagnosticadas.
Ainda, esses exames de imagem complementares são capazes de detectar qual o grau da lesão articular com maior acuidade quando comparados à radiografia.
Na sequência, a partir de todas as informações coletadas, o médico pode indicar o tratamento adequado para o paciente.
Sintomas
A coxartrose é uma patologia caracterizada por sua evolução lenta e gradual. Portanto, seus sintomas aumentam ao longo dos anos. No princípio, inclusive, é possível que o paciente não dê a devida atenção aos sinais, favorecendo a progressão do quadro.
Na fase inicial, dores no quadril e região da virilha costumam aparecer após a realização de atividades físicas ou movimentos como caminhar, ficar sentado por muito tempo, apoiar-se sobre o quadril, etc. Em geral a dor cessa após um período de repouso.
À medida que o quadro evolui os desconfortos aparecem já durante a movimentação e mantêm-se até mesmo nos momentos de repouso. Um outro sintoma importante é a dor durante a noite, acompanhada por rigidez da articulação ao acordar.
Quando a degeneração articular está bastante avançada é comum que surjam limitações físicas ao paciente e, consequentemente, a saúde do mesmo é afetada de forma global, comprometendo aspectos biológicos e psicológicos.
Na sequência, indicamos sinais que podem ser percebidos quando a coxartrose já está evoluindo e aos quais é importante prestar atenção:
- Dor na região do quadril e da virilha;
- irradiação da dor para a parte interna da coxa e joelho;
- dormência e formigamento nos membros inferiores;
- dor na panturrilha;
- estalos no quadril;
- sensação de presença de areia na articulação.
- Necessidade de mancar ao caminhar.
Além disso, ressaltamos que uma vez que o quadro avança, e não há um tratamento adequado, a perda da mobilidade acarreta também atrofia da musculatura relacionada ao quadril.
Tratamento
Um tratamento efetivo para a coxartrose deve ser orientado para eliminar ou amenizar os efeitos da causa inicial, quando esta é conhecida, e para uma mudança de hábitos cotidianos na vida do paciente.
Ainda, é preciso considerar qual o estágio da degeneração articular, bem como as singularidades de cada caso, para escolher entre uma abordagem conservadora ou cirúrgica. Em geral, prefere-se a primeira, pois é menos invasiva.
As intervenções conservadoras costumam ser o uso de medicamentos, a fisioterapia, a prática de exercícios físicos de baixo impacto, a acupuntura e a massoterapia. Os objetivos principais são minimizar a dor e evitar a progressão da doença.
Além disso, podem ser utilizados suplementos condroprotetores, os quais atuam também no sentido de reduzir a evolução do desgaste da cartilagem articular.
Vale salientar que tanto a fisioterapia como os exercícios físicos prescritos têm o intuito de fortalecer a musculatura da coxa e manter a amplitude de movimento da articulação coxofemoral.
Entretanto, quando a abordagem conservadora não apresenta os efeitos desejados ou a coxartrose está em um estágio bastante avançado a intervenção cirúrgica é escolhida como melhor alternativa para garantir qualidade de vida ao paciente.
Dentre as cirurgias que podem ser feitas estão as osteotomias, em que há a retirada da região articular comprometida, ou as artroplastias, nas quais substitui-se completamente a articulação por uma prótese.
Mas um fator de relevância em qualquer tratamento da artrose de quadril é a mudança de hábitos pelo indivíduo acometido, o qual deve evitar o sobrepeso, o sedentarismo e a prática de atividades físicas com alto impacto sobre a articulação coxofemoral.
Finalmente, manter-se atento aos sinais do próprio corpo e buscar suporte médico quando dores se tornam frequentes é uma maneira de favorecer a saúde e a qualidade de vida evitando, dentre outras patologias, a coxartrose.