Paracetamol e dipirona, o que são estes dois medicamentos tão utilizados, quais suas diferenças e quando podem ter seu uso indicado?
Em relação aos remédios mais utilizados no Brasil, é possível imaginar que o paracetamol e a dipirona não ficam em uma posição muito atrás da lista, medicamentos de venda livre (ou seja, que não necessitam de receita médica) e que podem ser encontrados com facilidade em qualquer farmácia do país.
Ambos os medicamentos têm seu uso muitas vezes recomendado por médicos em casos das mais diferentes dores e enfermidades, indo desde gripes e resfriados, até cólicas menstruais e em casos que incluam a febre como sintoma.
Às vezes, a dipirona e o paracetamol acabam sendo confundidos um com o outro, uma vez que possuem indicações de uso semelhantes, porém, são medicamentos distintos com composições, possíveis usos e contra indicações diferentes.
Mas então afinal, o que é a dipirona e o que é o paracetamol? Quais suas diferenças, quando costumam ter seu uso recomendado ou contra indicado, e será que eles podem ser administrados de maneira conjunta?
Paracetamol
O que é o paracetamol?
O paracetamol é um medicamento de ação analgésica e antitérmica, sendo muito utilizado em casos de dores moderadas e processos febris, muito conhecido quando comercializado pela farmacêutica Janssen, levando o nome de Tylenol, e também na sua forma genérica.
Tem seu uso associado a sintomas como:
- Dores de cabeça
- Dores musculares e nas articulações
- Dores de dente
- Febre
- Cólicas menstruais
Contra-indicações
O paracetamol tem sua venda legalizada na maioria dos países, tendo seu uso contra indicado apenas em casos de suspeitas de dengue (devido a possibilidade da dengue hemorrágica, onde tal medicação não deve ser utilizada), e em casos de sensibilidade ao composto.
Também não é recomendado que se faça uso de paracetamol junto com álcool ou por pessoas com problemas no fígado, uma vez que pode em alguns casos acabar sobrecarregando ainda mais o órgão devido ao acúmulo de um metabólico de caráter hepatotóxico no mesmo.
Além das contra indicações do medicamento, um possível risco do uso de paracetamol é associado a sua superdosagem, ou seja, quando a posologia do medicamento não é respeitada e se ingere uma quantidade maior do remédio do que é indicado em sua bula.
Tal superdosagem pode ocorrer com certa facilidade com o paracetamol por não ter uma forte ação analgésica, levando algumas pessoas a exagerarem na dose esperando resultados mais fortes do remédio, e podendo portanto desencadear alguns danos de ordem hepática no organismo.
Dipirona
O que é a dipirona?
A dipirona (ou metamizol) também é um medicamento de ação analgésica, antitérmica e até mesmo anti inflamatória em certo nível.
Tem seu uso associado a sintomas muito similares ao do paracetamol, incluindo diversos tipos de dores e febre, com o uso adicional em alguns casos que incluem processos inflamatórios no corpo.
A dipirona é muito conhecida quando comercializada pela farmacêutica Sanofi, levando o nome de Novalgina, e pela Hypera sob o nome de Doril (que possui cafeína aliada à dipirona em sua composição) e também na sua forma genérica.
Contra-indicações
A dipirona tem sua venda proibida em alguns países, como é o caso dos Estados Unidos e alguns países europeus como a Suécia e a Inglaterra, devido a alguns estudos que associam a ela possíveis danos na medula óssea.
No Brasil, sua venda é legalizada, sendo contra indicada em casos de suspeitas de dengue (assim como o paracetamol, também devido a possibilidade da dengue hemorrágica e sua não indicação nestes casos da doença), em casos de sensibilidade ao composto, para gestantes, lactantes, diabéticos, pessoas que apresentam espasmos nos brônquios ou problemas na medula óssea, renais ou hepáticos.
Em comparação ao paracetamol, a dipirona possui um número maior de possíveis efeitos colaterais, como a sensação de fraqueza, a redução rápida da temperatura corporal e possível inibição do processo de cicatrização.
Paracetamol e dipirona podem ser usados juntos?
A administração das duas medicações pode ocorrer de maneira intercalada em algumas circunstâncias, porém deve se evitar tomá-las de uma só vez, uma vez que este uso pode sobrecarregar algumas funções do organismo.
Em alguns casos, pode ser aconselhado por um médico o uso da dipirona e do paracetamol de maneira alternada em um mesmo tratamento. Ou seja, o uso de cada um dos medicamentos ocorre com intervalos entre um e outro, normalmente de pelo menos 6 horas.
Este uso intercalado entre o paracetamol e a dipirona pode ser aconselhado para diminuir as chances de superdosagem de uma das drogas no corpo, além de reduzir os possíveis efeitos colaterais de cada um deles.
Em crianças principalmente, a recomendação de alternância entre as medicações pode ocorrer como forma de inibir as reações hepáticas que o uso contínuo e excessivo do remédio pode causar.