Hiposmia significa a diminuição do olfato e está intrinsecamente ligada à perda do paladar.
Desde o início da pandemia, a hiposmia ganhou notoriedade como um dos principais sintomas da covid-19.
Neste texto falaremos sobre a função do olfato, as doenças que levam a desordens olfativas e a importância do seu diagnóstico e tratamento.
Vamos lá!
Função olfativa e hiposmia
A função olfativa resulta do contato das moléculas odoríferas do ar com os receptores nasais.
Assim, a função do olfato pode ocorrer de duas formas:
- Via ortonasal: a inalação do ar chega ao olfato através da cavidade nasal;
- Via retronasal: odores produzidos na mastigação do alimento chegam à região posterior da faringe até a cavidade nasal.
E quando ocorre a hiposmia?
A hiposmia acontece com a interrupção do fluxo nasal que prejudica a chegada de moléculas odoríferas no olfato impedindo a sua estimulação.
Essa interrupção ocasiona alterações na percepção do olfato e do paladar e impacta diretamente na qualidade de vida das pessoas.
Hiposmia, anomia e ageusia
As alterações na percepção do olfato e do paladar são denominadas:
- Hiposmia: perda parcial do olfato;
- Anosmia: perda total do olfato;
- Ageusia: perda do paladar.
Função olfativa e gustativa
Você sabia que o olfato atua diretamente na percepção dos sabores ao alimentar-se?
O olfato e o paladar são sentidos que estão intimamente conectados.
Dessa forma, o sabor percebido ao alimentar-se é proveniente da combinação das funções olfativas e gustativas via retronasal.
A percepção do cheiro de um alimento atraente desencadeia o apetite por ele e por outros alimentos.
Assim, justifica-se a ocorrência da ageusia concomitante com a hiposmia ou a anosmia!
E o mais interessante:
Não sentir bem o sabor dos alimentos, na maioria das vezes, indica uma alteração na função do olfato e não do paladar!
Então conheça agora as principais causas e as doenças relacionadas à hiposmia.
Causas e doenças associadas à hiposmia
Inúmeras são as causas da hiposmia.
E, em alguns casos, a alteração da função olfativa não representa o sintoma de uma doença.
Veja alguns exemplos:
- Tabagismo;
- Obstrução nasal;
- Traumas no nariz;
- Uso de medicações que interferem na função olfativa.
Por outro lado, é comum a ocorrência de hiposmia associada às doenças:
- Rinite, sinusite, doenças respiratórias e estados alérgicos;
- Infecções, como gripes e resfriados;
- Problemas neurológicos e em estruturas cerebrais conectadas à função olfativa;
- Presença de tumores que afetam a percepção do cheiro;
- Doenças congênitas;
- Patologias autoimunes.
Por que falar de hiposmia é tão importante atualmente?
O surgimento da covid-19 e a consequente pandemia que vivemos evidenciou a importância de olharmos para a função do olfato em nossas vidas.
Afinal, a hiposmia é um sintoma marcante da covid-19!
Aqui, os distúrbios olfativo-gustativos podem aparecer em intensidade variável e distinta para cada indivíduo.
Isso ocorre porque o vírus da covid-19 ataca as células do nariz responsáveis pelo epitélio olfativo, afetando os seus neurônios sensoriais.
Novos estudos evidenciam que a maioria dos pacientes que contraíram a infecção pelo SARS-COV-2 recuperaram o olfato até 60 dias após a resolução da doença.
Mas há casos em que a recuperação é mais lenta e, raramente, a hiposmia permanece mesmo após a remissão de outros sintomas da covid-19.
Hiposmia e qualidade de vida
Você sabia que a hiposmia reduz significativamente a qualidade de vida das pessoas?
Primeiro pela privação em reconhecer os aromas, cheiros e odores.
Mas também acarreta outras consequências relacionadas à alimentação, diminuindo o interesse em comer e perdendo a sensibilidade em discernir alimentos contaminados.
E vai além: prejudica a identificação de situações de perigo, como vazamento de gás e contaminação por fumaça ou outros agentes tóxicos.
Como identificar um quadro de hiposmia?
O diagnóstico correto deve ser realizado por um médico especialista.
É essencial buscar avaliação profissional assim que você observar qualquer alteração na função olfativa ou gustativa.
Desse modo é possível tratar as causas da hiposmia e evitar o seu agravamento ou a perda total do olfato.
O médico avaliará a capacidade olfativa do paciente por meio de uma anamnese, investigando a origem do sintoma e a sua evolução.
Se necessário, realiza-se o teste olfatório (olfatometria) que avalia a capacidade da função olfativa.
Seu objetivo é detectar possíveis déficits olfativos originados no sistema sensorial, especificamente no nervo ou no cérebro.
E a olfatometria ainda define se há perda parcial do olfato (hiposmia) ou total (anosmia).
Tratamento
O tratamento para a hiposmia é definido de acordo com os sintomas apresentados e a singularidade de caso.
Atente-se às alternativas de tratamento descritas abaixo:
- Medicamentos: é o principal recurso utilizado para recuperar a função olfativa em casos de alergias, gripes e resfriados.
- Cirurgia: é a terapêutica mais indicada quando ocorre lesões ou obstruções nasais.
E nos dias atuais …
Após a pandemia da covid-19 a preocupação com o sentido do olfato aumentou consideravelmente.
Isso porque a perda parcial ou total do olfato é um dos sintomas preceptores para o diagnóstico da doença.
Se você apresentar esse sintomas, ainda que isolado, procure um médico especialista imediatamente!
Ainda não há estudos comprovados sobre as sequelas a longo prazo da contaminação da covid-19.
Ao receber orientação profissional capacitada você descobrirá a causa da perda olfativa e poderá tratá-la, minimizando possíveis danos à sua saúde.
Hiposmia: assunto sério que requer diagnóstico e tratamento!
Agora você já sabe a importância do sentido olfativo para o nosso corpo e para a realização das atividades básicas da rotina.
A hiposmia, quando não tratada, causa sérias perdas ao indivíduo e pode estar relacionada a alguma doença ainda não diagnosticada.
Fique atento aos sinais do seu corpo!
E se perceber que o seu olfato não está em pleno funcionamento, procure ajuda profissional.
Deixe nos comentários suas dúvidas e sugestões sobre o assunto.
Referências
1 – CALDAS, A.S.; FACUNDES, V.L.; MELO, T.M. Alterações e avaliação das funções do olfato e do paladar em laringectomizados: revisão sistemática. J Soc Bras Fonoaudiol., v. 23, n. 1, p. 82-88, 2011.
2 – Olfato e paladar: qual a relação entre esses dois sentidos?
3 – Hiposmia: conheça as principais causas e condições de tratamento.