Conheça mais a respeito do que é dor na cervical e como funciona o seu tratamento.
A cervicalgia consiste em um problema de saúde no qual se caracteriza pela presença de dor na região cervical (fazendo com que sejam afetados ombros, pescoço e pescoço).
Ademais, uma coisa importante, e que nem todas as pessoas sabem, é que esse problema não se refere a apenas uma doença e, sim, representa um conjunto de patologias que geram a dor no local.
Essa dor, a qual pode variar de intensidade, costuma ser bastante prejudicial para o cotidiano dessas pessoas, fazendo com que elas experimentem dificuldade de realizar movimentos que antes eram considerados corriqueiros.
Desse modo, é importante conhecer mais a respeito da cervicalgia e entender como podemos trata-la de modo correto.
Quais são os sintomas da dor na região cervical?
O sintoma mais marcante da cervicalgia é a presença de dor na região cervical.
Entretanto, junto a ele, podemos observar outros achados clínicos que nos levam a pensar na patologia, são eles:
- Rigidez de músculos da região cervical;
- Crepitação na realização de movimentos;
- Dificuldade na realização de alguns movimentos que envolvem ombros, costas e pescoço;
- Dor de cabeça;
O que causa cervicalgia?
Ao contrário do que se imagina a cervicalgia não diz respeito a uma doença em si e, sim, a um conjunto de patologias que têm em comum o fato de causarem dor na região cervical.
Assim, são diversas as causas que vão gerar a cervicalgia, as quais variam desde a má postura até problemas mais complexos como a presença de hérnias.
Mas, é importante deixar claro que, às vezes, não existe apenas uma causa para o problema, pois é comum que existam uma soma de fatores até que a síndrome se manifeste.
Portanto, para conseguirmos compreender melhor a respeito do problema, iremos abordar as principais causas de maneira mais aprofundada a seguir:
1. Hérnia de disco
A hérnia de disco é um problema que pode acontecer em qualquer parte da coluna cervical.
Mas, regiões que costumam ter uma maior mobilidade são as mais afetadas, por isso que é mais comum o aparecimento dessa patologia na região cervical e lombar.
Sendo assim, quando a hérnia de disco atinge a região cervical se desenvolve um quadro de cervicalgia.
Resumidamente, essa situação ocorre quando a região mais central do disco vertebral (núcleo pulposo) extravasa para fora e acaba por comprimir alguma raiz nervosa.
Consequentemente, como você pode imaginar, a pessoa que tem a sua raiz nervosa comprimida começa a apresentar dor gerando a cervicalgia.
Já sobre as razões que vão gerar a hérnia de disco, podemos citar:
- Envelhecimento;
- Sobrecarga da região;
- Tabagismo;
- Movimentos repetitivos;
- Obesidade;
- E postura incorreta.
No mais, acrescentamos que a presença de dor não é o único sintoma que as hérnias causam, pois, podemos citar também:
- Formigamento nos membros superiores;
- Diminuição da força;
- Câimbras
- E dificuldade em realizar movimentos, os quais podem até gerar um travamento da região.
2. Postura
Sem dúvida alguma, uma das principais causas da cervicalgia é a má postura.
Isso porque com o advento da tecnologia é cada vez mais comum que as pessoas usem computadores e celulares.
Logo, é corriqueiro que realizem uma postura incorreta quando utilizam esses equipamentos.
Pois, ao invés de ficarem com a coluna ereta, costumam curvar o pescoço para frente.
E, com essa simples atitude, a qual é repetida rotineiramente, sobrecarregam diversas estruturas corporais, desde os músculos até as vertebras.
Tendo em vista isso, pode ser que ocorram várias situações que levam a cervicalgia, como, por exemplo, o torcicolo.
3. Problemas musculares
Os músculos da região cervical costumam se sobrecarregar muito facilmente.
Por essa razão, é de extrema importância que se utilize todos eles de maneira correta para não gerar nenhuma tensão exagerada.
Mas, o problema, é que na maioria das vezes, as pessoas não utilizam toda a sua musculatura de maneira correta.
A razão para isso é que alguns músculos estão enfraquecidos e não conseguem realizar o seu trabalho de maneira correta.
Quando isso acontece, temos a sobrecarga de certos grupos musculares, gerando pontos-gatilho que podem causar a cervicalgia.
4. Outras causas
Ainda que as três causas citadas a cima sejam as mais comuns de gerarem a cervicalgia, existem outras menos frequentes que também podem levar ao quadro.
Aqui, podemos dividi-las em duas: as não mecânicas e as psicossomáticas.
Primeiramente a respeito das não mecânicas, podemos citar várias situações, são elas:
- Infecciosas: na qual se destaca a discite infecciosa, a qual se caracteriza por uma infecção dos discos vertebrais;
- Neoplásicas: onde podemos destacar, principalmente, a ocorrência de metástase;
- Inflamatória: principalmente quando estamos diante de um caso de inflamação sistémica a qual acaba por acometer os discos vertebrais (como exemplo temos a espondilite aquilosante);
- E síndromes metabólicas que geram acometimento sistêmico como o hiperparatireoidismo.
Já em relação às causas psicogênicas, podemos dizer que são aquelas as quais não podemos definir uma causa orgânica.
Sendo assim, podemos dizer que nas de origem psicológica.
Nessa situação, a pessoa tem uma mudança no seu limiar de dor, fazendo com que seu cérebro envie sensações diversas ao corpo, inclusive a de dor na região cervical (tendo destaque doenças como a depressão e a ansiedade).
Por fim, também possível que a pessoa esteja apresentando uma dor de origem referida.
Ou seja, o problema que está gerando a cervicalgia está em outra região do corpo e a dor sentida no local está sendo apenas uma manifestação de outro problema.
Como exemplo, podemos citar o infarto do miocárdio, problemas no esôfago e, até mesmo, a presença de herpes zóster.
Logo, para o correto diagnóstico do problema, é preciso realizar uma investigação mais detalhada da situação.
Quando procurar auxílio profissional?
Algumas pessoas optarão por não buscar auxílio profissional logo no aparecimento inicial do quadro.
Isso porque algumas dores na região cervical, principalmente se tiverem intensidade leve a moderada, costumam desaparecer em alguns dias.
Porém, existem casos em que o incomodo persiste por mais de quatro semanas e, inclusive, vem acompanhado de outros sintomas como o formigamento ou a irradiação para membros superiores.
Nesses casos é indicado buscar auxílio médico para que ele consiga definir melhor qual a causa e o tratamento adequado para sua situação.
Assim, é possível que o especialista peça a realização de alguns exames de imagem (como o raio-x e a tomografia) e prescreva a realização de fisioterapia e uso de alguns medicamentos.
Como funciona o tratamento da cervicalgia?
O tratamento da cervicalgia dependerá de diversos fatores, principalmente no que diz respeito ao grau da lesão e quais são as condições físicas que a pessoa se encontra.
Por isso, muitas vezes, ele envolverá diversos aspectos e englobará várias áreas da saúde, sendo bastante comum a indicação de fisioterapia, a prática de exercícios para reguçar a postura e a utilização de medicamentos.
Mas, é possível, que em casos mais graves, sejam necessários a realização de cirurgia e o uso do colar cervical.
1. Fisioterapia
A fisioterapia é uma indicação bastante comum na cervicalgia, pois tem o poder de tratar tanto situações agudas quanto crônicas.
O objetivo aqui é compreender qual é a principal causa que está gerando a presença de dor e iniciar uma reeducação postural a partir disso.
Dessa forma, ao se identificar a causa base do problema, serão prescritos alguns exercícios que visão alongar, fortalecer e reeducar a postura da pessoa.
Porém, para fazer é isso é necessário o auxílio de profissionais qualificados e uma avaliação global do problema da pessoa.
2. Exercícios
A realização de exercícios físicos tem como principal objetivo fortalecer a musculatura da região cervical para distribuir melhor a carga gerada em alguns músculos.
Mas, também é possível que esses exercícios sejam passados com o objetivo de alongar e desativar alguns pontos de gatilho existentes.
Assim, com a prática correta dessas atividades, é possível observar uma melhora gradual do problema.
3. Medicamentos
O uso de medicações para aliviar os sintomas da cervicalgia já é bastante difundido.
Isso porque, por vezes, antes mesmo de buscar ajuda profissional, a pessoa com cervicalgia já iniciam o uso de remédios para aliviar as dores da região.
O problema que encontramos nesse caso é que a automedicação, além de gerar diversos problemas de saúde, pode mascara o problema e levar a piora do quadro.
Porém, quando recomendados por um especialista o uso de medicações é um grande aliado no tratamento de dor na região cervical.
Para isso é muito comum o uso de analgésicos e relaxantes musculares para melhorar o quadro de dor e rigidez muscular.
Mas, é importante deixar claro que os remédios não vão levar a cura do problema e, sim, atuar como auxilio ao tratamento.
4. Cirurgia
A necessidade de cirurgia é uma situação menos comum nos casos de cervicalgia, pois, na maioria das vezes, é possível melhorar esse problema com tratamento clínico.
Entretanto, em algumas situações é indicado esse procedimento, são elas:
- Não melhora do quadro com tratamento convencional;
- Presença de tumores;
- Défcit neurológico com piora progressiva;
- Fraturas as quais não podem se tratar;
- Dentre outros
Assim, nas situações listadas acima, a realização da técnica cirurgia se torna interessante, mas, é preciso avaliar cada caso separadamente para poder se definir qual intervenção é a mais eficaz.
5. Uso do colar cervical em um dispositivo que estabiliza a coluna.
Sendo assim, por ter a capacidade de manter a região cervical em posição neutra ele atua como estabilizador da região e pode ser utilizado em casos de lesões mais graves, como as que ocorrem em um acidente de carro por exemplo.
Como a postura influencia na cervicalgia?
Ainda que já tenhamos falado anteriormente a respeito da postura como uma das principais causas que geram a cervicalgia, é preciso entender um pouco mais a respeito da influência que ela causa no aparecimento do problema.
Pois, ainda que o uso de celulares e computadores contribuam muito para o aparecimento do problema, outras situações também costumam ter influência.
Desse modo, dentre as duas principais que podemos citar temos: a postura ao dormir e a permanência por muito tempo com os membros superiores levantados.
No primeiro caso, como passamos boa parte da vida deitados no colchão, é comum que as pessoas não prestem atenção em sua postura na hora de dormir.
E, é exatamente essa situação que leva a uma piora de quadros de cervicalgia.
Isso porque a correta postura para dormir é de lado, com um travesseiro apoiando a cabeça e outro entre as pernas, já que dessa forma é possível manter a coluna estável.
Ademais, levantar com muita frequência os membros superiores (como ocorre em algumas profissões como os cabelereiros) faz com que os músculos da região sejam sobrecarregados e levem a formação de pontos de tensão.
Por essa razão, em profissões que exigem essas condições (e em pessoas que utilizam os celulares e computadores rotineiramente) é indicada a pausa na atividade a cada cinquenta minutos, para a realização de alongamentos e exercícios para aliviar a tensão muscular.
No mais, podemos destacar aqui algumas dicas para que se consiga aliviar a sobrecarga postural na região, são elas:
- Dormir na posição correta;
- Evitar ler ou mexer no celular deitado;
- Tente usar o computador sem curvar o pescoço e com a tela em altura adequada aos olhos;
- Evite usar mochilas e bolsas muito pesadas e, se não puder evitar o excesso de peso, prefira o uso de mochilas de rodinha.
Assim, com essas atitudes simples, é possível, até mesmo, prevenir o aparecimento do problema.
Conclusão
Ao fim desse artigo, você conseguiu entender melhor o que é a cervicalgia e como se realiza o correto tratamento dela.
Assim, para relembrar, nós vimos:
- A definição de cervicalgia;
- Quais são os seus principais sintomas;
- Quais as principais causas que levam ao aparecimento do problema;
- Quando procurar um especialista;
- Quais são as opções de tratamento existentes;
- E como a postura influencia na cervicalgia e como podemos tomar algumas medidas para evitar o seu aparecimento agravo.