Conhecida como cobreiro, a herpes zoster é uma infecção viral, que causa erupções na pele, podendo causar dores e bolhas com líquidos. O vírus que causa o herpes é chamado Varicela zoster (VVZ).
Este vírus fica adormecido no sistema nervoso, de forma reativada quando a imunidade da pessoa afetada sofre uma queda.
Vale informar que a herpes zoster não é causada pelo mesmo vírus da herpes simples, o VVZ é o mesmo que causa a catapora, de forma que a pessoa que contraiu catapora fica com o vírus zoster adormecido.
Etiologia e Patofisiologia
Reativação do vírus Varicela Zoster da raiz dorsal/gânglios dos nervos cranianos.
Após a reativação, o vírus se replica dentro dos corpos celulares neuronais e os vírions são transportados ao longo dos axônios para as zonas da pele do dermátomo, causando inflamação local e formação de vesículas.
Prevenção Geral – Importância da Vacinação
A medida mais eficaz para prevenção da manifestação do vírus da herpes zoster é manter o sistema imunitário em alta, bem como evitar contágio por contato com pessoa infectada.
A vacinação contra herpes zoster recombinante (Shingrix) é aprovada e recomendada pelo CDC para adultos com 50 anos ou mais.
Shingrixé recomendada para adultos que receberam anteriormente Zostavax(vacina viva atenuada) e é a vacina preferida.
A vacina VZV viva (Zostavax) é contraindicada em pessoas imunossuprimidas, pacientes com HIV e contagens de CD4 <200, pacientes em tratamento de câncer e pacientes com câncer hematológico ou linfático.
Pacientes com zoster ativo podem transmitir o vírus da varicela causador da doença – geralmente por contato direto.
É preciso consultar o médico para dizer sobre a necessidade da vacina e se esta medida é adequada para o tipo de pessoa, pois o sistema imunológico de muitas pessoas não permite a vacina, isto é, muitos pacientes que possuem alguma doença autoimune ou toma medicamento corticóide não devem tomar a vacina.
Sintomas da herpes zoster
As regiões mais afetadas são na barriga, tórax, orelhas e em torno dos olhos.
Veja quais são os principais efeitos da herpes zoster:
- Bolhas preenchidas com líquido;
- Erupções avermelhadas;
- Coceira ou formigamento na região afetada;
- Dor nas bolhas;
- Febre baixa.
Causas da manifestação da herpes zoster
Como já foi dito, a causa da herpes zoster é pela infecção viral do vírus VVZ, que após o contágio de catapora, fica instalado no interior do nervo, assim torna a se manifestar em forma de herpes zoster ao invés de catapora.
A reativação do vírus se dá por queda do sistema imunitário, fazendo com que os sintomas comecem a surgir gradualmente. A queda da imunidade pode se dar por estresse, hábitos alimentares inadequados, bem como em decorrência de doenças como dengue, AIDS, lúpus.
Por isso, é preciso manter a imunidade em alta, através de boa alimentação, atividade física, sono restaurador, prevenção de outras doenças.
Fatores de Risco
- Aumento da idade
- Imunossupressão (malignidade ou quimioterapia)
- Trauma físico
- Sexo Feminino
- Infecção pelo HIV
- Cirurgia da coluna vertebral
Diagnóstico
Fase prodrômica (alterações sensoriais sobre o dermátomo envolvido antes da erupção cutânea)
- Formigamento, parestesias
- Coceira
- Dor chata tipo “faca”
- Alodinia e hiperalgesia
Fase aguda
- Os sintomas constitucionais (por exemplo, fadiga, mal-estar, cefaléia, febre baixa) são variáveis.
- Erupção cutânea
Contágio de herpes zoster
Por ser uma doença viral, é considerada contagiosa, porém quem já possui o vírus VVZ está imune ao contágio, isto é, quem já teve catapora também possui o vírus inativo. Por outro lado, quem nunca teve catapora ou foi vacinado contra é suscetível ao contágio.
Dessa forma, é importante que a pessoa vulnerável evite contato físico com pessoas que apresente herpes zoster, bem como não partilhar de roupas, objetos, toalhas, etc.
Tratamento da herpes zoster
Após o diagnóstico médico, o tratamento recomendado é à base de antivirais, que impedem a multiplicação dos vírus, também pode ser administrados medicamentos analgésicos a fim de aliviar as dores e incômodo das bolhas.
Faz parte do tratamento de herpes zoster, melhorar a imunidade, por meio de vitaminas, chás e alimentação balanceada.
Tratamento Farmacológico – Primeira linha
Tratamento agudo
Os agentes antivirais iniciados dentro de 72 horas após as lesões cutâneas ajudam a aliviar os sintomas, acelerar a resolução e prevenir ou atenuar a neuralgia pós-herpética.
Os antivirais não reduzem significativamente a incidência de neuralgia pós-herpética.
- Valaciclovir: 1.000 mg 3x/dia por 7 dias
- Fanciclovir: 500 mg 3x/dia por 7 dias
- Aciclovir: 800 mg a cada 4 horas (5 doses ao dia) por 7 dias
Em crianças, o aciclovir oral é a droga de escolha.
- Analgésicos (paracetamol, dipirona, anti-inflamatórios não esteroidais como cetoprofeno): alívio da dor
- Corticosteroides: não previnem a NPH, mas podem acelerar a resolução da neurite aguda.
- Antidepressivos tricíclicos; amitriptilina 10 a 25 mg na hora de dormir e outros antidepressivos tricíclicos de baixa dosagem aliviam a dor aguda e podem reduzir a duração da dor; a dose pode ser titulada até 75 a 150 mg/dia conforme tolerado.
- Adesivo de lidocaína 5% (Toperma) aplicado sobre áreas doloridas (limitar três adesivos simultaneamente ou cortar um único adesivo) por até 12 horas pode ser eficaz.
- Gabapentina: 300 a 600 mg 3x/dia para dor; limitado por efeitos adversos
- Creme de capsaicina e outros analgésicos podem ser adjuvantes úteis.
- Pregabalina: 150 a 300 mg/dia divididos em 2x/dia ou 3x/dia reduz a dor; o uso é limitado por efeitos colaterais.