A dor na boca do estômago, ou dor epigástrica, acontece na parte superior do abdômen, logo abaixo do tórax, que é a região correspondente ao local onde o estômago se inicia. Nessa região também encontra-se uma parte do fígado e uma parte do intestino grosso.
Geralmente, a dor na boca do estômago não é preocupante e, dependendo da causa, pode vir acompanhada de outros sintomas, como náuseas, azia, vômito, gases, distensão abdominal e diarreia. No entanto, em outros casos, pode indicar condições mais sérias, como pedra na vesícula ou até mesmo sinais de um ataque cardíaco.
Então, sempre que surgir uma dor intensa e prolongada na boca do estômago, acompanhada de falta de ar, aperto no peito, tonturas, deve-se procurar um atendimento médico o mais rápido possível.
Como a dor na boca do estômago pode ser causada por diversos motivos, esse artigo abordará então as causas principais.
Confira agora as principais causas para dor na boca do estômago!
Indigestão
A indigestão é um desconforto na parte superior do abdômen, podendo manifestar sintomas como dor na boca do no estômago, queimação na parte superior do abdômen, estômago estufado, sensação de plenitude desconfortável logo após comer alguma refeição, queimação, flatulências e diarreia. Embora seja uma condição comum, cada indivíduo sente a má digestão de uma maneira diferente.
Em casos de indigestão, a dor costuma passar após algumas horas, mas você pode tomar medicamentos que ajudem a aliviar o desconforto, como analgésicos e antiácidos, além de se manter bem hidratado e consumir alimentos leves que não irritem o estômago.
Excesso de gases
O excesso de gases pode causar dor na boca do estômago, sendo considerada uma sensação bem desconfortável. Geralmente, ocorre quando a pessoa faz uma refeição muito volumosa e fala enquanto come, engolindo ar. O consumo de refrigerantes e determinados alimentos também pode provocar gases no estômago, como é o caso do repolho, ovos, ameixas, beterraba crua e cebola.
O excesso de gases costuma ser eliminado por meio de arrotos e flatulências. A modificação dos hábitos alimentares pode ajudar a prevenir o excesso de gases, incluindo mastigar bem os alimentos enquanto come, ingerir a comida devagar e com calma, além de evitar consumir bebidas durante a ingestão dos alimentos ou logo após as refeições.
De preferência, bebidas, vegetais e frutas devem ser consumidos apenas 1 hora após as refeições. É recomendado beber um copo de água fervente 30 minutos antes do café da manhã. O uso de gengibre, semente de aipo, tomilho e cominho como condimentos em alimentos trazem benéficos para remover flatulências.
Gastrite
A gastrite é uma condição em que ocorre a inflamação do revestimento do estômago. As causas mais comuns envolvem a infecção pela bactéria H. pylori e o uso excessivo de analgésicos anti-inflamatórios (AINEs). Além disso, outros fatores podem causar gastrite, como estresse prolongado, cigarro, álcool e determinados tipos de alimentos, principalmente comidas com muita fritura, açucaradas ou condimentadas. Os sintomas de gastrite incluem dor no estômago, azia, sensação de plenitude desagradável, náuseas, arrotos, vômitos, falta de apetite e inchaço no estômago.
Mude sua dieta se você perceber que certos alimentos pioram os seus problemas estomacais. Pare de fumar e reduza o estresse em sua vida. Se essas mudanças no estilo de vida não forem suficientes, a medicação deverá ser considerada e prescrita por um médico.
Úlceras gástricas
As úlceras gástricas são rupturas na mucosa do revestimento do estômago e podem acontecer como consequência da gastrite que não foi corretamente tratada. Com isso, surge uma lesão na mucosa estomacal, provocando dor na boca do estômago.
Uma pessoa com úlcera geralmente sente dor epigástrica que piora com a alimentação, podendo também sentir náuseas e saciedade precoce. Alguns pacientes podem ainda apresentar sangramento gastrointestinal superior.
O tratamento consiste em aumentar o pH gástrico e permitir a cicatrização da mucosa gástrica, o que é possível através da administração de inibidores da bomba de prótons, como o pantoprazol. Se a úlcera estiver sangrando, diferentes modalidades podem ser empregadas para parar e prevenir sangramentos futuros. O tratamento cirúrgico pode ser necessário quando a terapia endoscópica é inadequada ou não indicada.
Esofagite
Esofagite refere-se à inflamação ou lesão da mucosa esofágica. Costuma provocar gosto amargo na boa, dor na boca do estômago e queimação na região do tórax, que piora depois das refeições e com alguns tipos de alimentos, como frituras, cafeína e álcool.
O tratamento dependerá da causa, mas os princípios básicos do tratamento incluem medicamentos que reduzem a acidez do estômago, além da modificação do estilo de vida, dieta líquida a pastosa para permitir tempo adequado para a cura e modificação da dieta. O paciente é aconselhado a perder peso, elevar a cabeceira da cama se houver sintomas noturnos como dor de garganta e tosse, além de eliminar alguns gatilhos alimentares, como chocolates e comidas picantes.
Pedras na vesícula
As pedras na vesícula, ou cálculos biliares, são pedaços sólidos que se formam na vesícula biliar, podendo variar em tamanho e composição. Geralmente, não causam sintomas. No entanto, os sintomas surgem quando uma pedra fica preso e bloqueia o fluxo de bile através do seu sistema. Quando há sintomas, o indivíduo pode sentir dor na boca do estômago, indigestão, azia e gases. Em casos de infecção ou inflamação grave, as pedras na vesícula provocam febre e calafrios.
Apenas o gastroenterologista poderá orientar o melhor tipo de tratamento, se será com o uso de medicamentos para dissolver as pedras e aliviar os sintomas, ou se a melhor alternativa é a remoção das pedras por meio de cirurgia.
Apendicite
Apendicite é a inflamação do apêndice. Essa condição pode se apresentar de forma aguda, mas também como uma condição mais crônica. Geralmente, o indivíduo começa a sentir uma dor na boca do estômago ou em torno do umbigo e que, posteriormente, vai se localizando para o lado inferior direito do abdômen. A dor pode ser acompanhada por outros sintomas, como náuseas, vômitos, diarreia, febre e mal-estar generalizado.
O tratamento é cirúrgico, e tem como objetivo remover o apêndice, considerado atualmente o tratamento padrão para quase todos os casos de apendicite. Se o médico suspeitar de apendicite, ele irá removê-lo rapidamente para evitar uma ruptura.
Diverticulite
Os divertículos são bolsas pequenas e protuberantes que se formam no revestimento do sistema digestivo. São comuns, principalmente depois dos 40 anos, e raramente causam problemas. Quando ocorre inflamação ou infecção nos divertículos, essa condição é chamada de diverticulite.
Os sintomas incluem dor no estômago, sensibilidade abdominal, náuseas, vômitos, constipação, e menos comumente, diarreia. Vários fatores podem aumentar o risco de desenvolver diverticulite, como envelhecimento, obesidade, o hábito de fumar, falta de exercícios físicos e uma dieta rica em gordura animal e pobre em fibras.
Para prevenir a diverticulite, procure se exercitar regularmente, beber uma grande quantidade de líquidos e comer alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais frescos e grãos integrais.
Infarto
Os sintomas de um ataque cardíaco podem variar bastante. Além dos sinais óbvios, como desconforto no peito, dor na parte superior do corpo, falta de ar e tonturas, o ataque cardíaco também pode vir acompanhado de dor no estômago, que pode parecer uma azia.
Esses sintomas podem surgir vários dias antes de realmente acontecer o ataque cardíaco. Então, se você sentir dores e desconfortos gastrointestinais associados a dor no peito, falta de ar, tonturas e fadiga, busque imediatamente um atendimento médico.
Idosos e diabéticos podem não apresentar sintomas ou então apresentar sintomas muito leves de ataque cardíaco. Por isso, nunca ignore os sinais, mesmo que não pareçam graves.