A Anisocitose é o nome dado a diferença de tamanho de algumas células, principalmente as hemácias, também conhecidas como nossos glóbulos vermelhos, ou eritrócitos.
Os glóbulos vermelhos são nossas células sanguíneas responsáveis por carregar a hemoglobina, fazendo o transporte do oxigênio dos pulmões até os tecidos do nosso organismo, assim como é responsável pelo transporte de gás carbônico que será eliminado pelos pulmões.
Uma vez que nossas hemácias possuem um papel tão importante no nosso processo de respiração e trocas gasosas, as alterações e condições que dizem respeito a elas não devem ser deixadas de lado, merecendo certos cuidados e atenção.
Algo importante a ser esclarecido é que a anisocitose não é considerada exatamente uma doença. Ela é melhor entendida como um sintoma, um fator que demonstra que algo não está funcionando como devia no organismo.
Dessa forma, a anisocitose não pode ser tratada diretamente, porém, o que está a causando sim, pode e deve ser investigado e sempre que possível tratado.
Como funciona o diagnóstico
Assim como muitos outros problemas de saúde, o diagnóstico se dá principalmente a partir da análise de sintomas e da realização de exames sanguíneos.
Em relação à análise de sintomas, há alguns sinais que nosso corpo dá e que podem indicar algum desequilíbrio sanguíneo (como a anisocitose), entre eles, podemos citar:
- Fadiga excessiva
- Tontura
- Dores de cabeça
- Perda de apetite
- Arritmia (batidas desordenadas do coração)
- Problemas de memória
- Enjoos
- Dores musculares
- Dificuldades de respirar
Já em relação a análises de sangue, a anisocitose pode ser descoberta a partir da realização de hemogramas, com avaliações do parâmetro RDW, ou a partir da análise do tamanho das células vermelhas em um microscópio.
Com a análise do parâmetro RDW, é considerado um indicativo de anisocitose quando os resultados são acima de 14%.
Independente da maneira, o exame deverá ser requisitado por um médico, como forma de complementar a análise dos sintomas, montando um diagnóstico mais completo.
O que pode causar a anisocitose
Uma vez que entendemos que a anisocitose é melhor considerada um sintoma do que uma doença, há uma pergunta que fica: afinal de contas, o que pode causar a anisocitose?
A disparidade no tamanho das células vermelhas em nosso sangue pode ocorrer decorrente de diferentes problemas de saúde, como anemias, deficiências de vitaminas e minerais, talassemia (um tipo de anemia hereditária), alterações no funcionamento do fígado e até mesmo alguns casos de câncer.
Além de problemas de saúde propriamente ditos, a anisocitose pode ocorrer também em decorrência de alguns tratamentos, como a quimioterapia ou tratamentos antivirais.
Outro caso não muito incomum de ocorrência da anisocitose é ao longo da gravidez, devido a alguns processos que ocorrem no corpo ao longo da gestação, como veremos com mais detalhes na próxima sessão.
Anisocitose durante a gravidez
Normalmente, a anisocitose na gravidez é descoberta ao longo da realização de exames pré-natal, e não costuma ser considerada rara nem mesmo de grande gravidade para a mãe, nem para o bebê – o que não significa que não precise de certa atenção.
A anisocitose ao longo da gestação costuma ocorrer devido a uma necessidade maior de células no sangue para irrigar o útero, a placenta e consequentemente o feto, sendo portanto normal que ocorra uma maior produção de células vermelhas no nosso organismo.
Devido a essa maior produção, não é tão raro que sejam encontrados glóbulos vermelhos com diferentes tamanhos no fluxo sanguíneo, condição conhecida clinicamente como anisocitose.
Tipos de anisocitose
A anisocitose é classificada em três principais tipos:
- Discreta: ocorre quando a taxa de células com alterações em seu tamanho não supera 25% da concentração de glóbulos vermelhos na amostra (e por probabilidade, do organismo como um todo).
- Moderada: os casos de anisocitose moderada são referentes a quando as células alteradas estão em uma concentração entre 25 e 50% do total de glóbulos vermelhos da amostra coletada.
- Acentuada: são os casos em que o número de células modificadas estão em maior quantidade do que a de células saudáveis (que apresentam um tamanho dentro do esperado). Podem ocorrer casos de até 75% de células com alterações de tamanho em uma mesma amostra.
Anisocitose: o que fazer
A principal maneira de tratar a anisocitose é descobrindo o que a está causando, e assim realizar um tratamento adequado a condição ou doença que esteja acarretando em uma produção de células vermelhas desiguais.
Sendo assim, caso você receba um diagnóstico de algum hemograma demonstrando a disparidade em suas células vermelhas (com o resultado do RDW acima de 14%), busque o médico que fez o pedido do exame para que uma análise mais profunda seja realizada.