A tripofobia uma aversão ou repulsão a objetos como favos de mel e esponjas com padrões repetitivos ou aglomerados de pequenos orifícios. Pessoas com tripofobia ficam enojadas com o padrão de buracos.
Eles não têm necessariamente medo de buracos.
A palavra tripofobia é composta das raízes gregas “trypa” que significa “perfuração” ou “buracos” e “Phobos” que significa “medo”.
O que é Tripofobia?
A tripofobia é um medo real de imagens ou objetos que apresentam buracos ou padrões irregulares. Esta reação pode desencadear sintomas físicos e psicológicos, como ansiedade, náuseas e arrepios.
Embora não seja uma doença reconhecida oficialmente, a tripofobia pode levar a problemas de saúde mental graves, como depressão, transtorno de estresse pós-traumático e outras fobias relacionadas[1]Kupfer TR, Le AT. Disgusting clusters: trypophobia as an overgeneralised disease avoidance response. Cognition and Emotion. 2018 May 19;32(4):729-41..
Alguns exemplos de objetos e imagens que podem desencadear esta reação incluem favos de mel, buracos em plantas, esponjas, madeira e sementes de lótus, assim como o plástico bolha.
O medo é uma reação natural ao perigo percebido, enquanto as fobias são marcadas por um medo excessivo, inconsciente e duradouro que sempre causa ansiedade. Assim, no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), fobias específicas são rotuladas e classificadas de acordo com seu estímulo.
Gatilhos de Tripofobia
Aqui estão alguns dos gatilhos de tripofobia mais comuns:
- Favos de mel
- Morangos
- Olhos de insetos
- Corais / recifes marinhos
- Esponjas
- Bolhas
- Vagens de semente de lótus
- Cantalupo
- Aglomerados de olhos
- Pele animal manchada
- Condensação de água
- Romãs
Normalmente, as pessoas que têm tripofobia experimentam fortes reações ao visualizar essas imagens, embora haja uma ampla gama de sentimentos associados à condição[2]Vargas Meza X, Koyama S. A social media network analysis of trypophobia communication. Scientific Reports. 2022 Dec 7;12(1):21163..
Sintomas de Tripofobia
Aqui estão algumas das reações emocionais e físicas mais comuns relatadas por pessoas que têm tripofobia:
Sintoma | Explicação |
---|---|
Aversão a pequenos padrões | Indivíduos com tripofobia podem sentir medo ou repulsa ao olhar para aglomerados de pequenos orifícios, saliências ou padrões. Isso pode ocorrer porque essas formas podem se assemelhar a certos objetos, como as escamas de uma cobra, ou porque podem parecer estar em movimento ou vivas. |
Aumento da frequência cardíaca | Ver uma imagem que desencadeia a tripofobia pode levar a um aumento da frequência cardíaca, pois a resposta de luta ou fuga do corpo é ativada. Isso também pode causar sudorese, náusea e outros sintomas físicos de medo. |
Resposta de medo intensificada | Para indivíduos com tripofobia, a resposta de medo é intensificada e até mesmo o pensamento da imagem do gatilho pode causar uma sensação de medo ou ansiedade. Isso pode levar a evitar certas imagens ou objetos, ou mesmo certas situações. |
Forte reação emocional | Ao olhar para as imagens que desencadeiam a tripofobia, os indivíduos podem experimentar uma forte reação emocional, como medo, ansiedade ou repulsa. Essa reação pode ser tão forte que faz com que eles desviem o olhar ou evitem a imagem ou o objeto. |
Sintomas físicos | Além do aumento da frequência cardíaca, os sintomas físicos da tripofobia podem incluir sudorese, náusea, tremores e sensação de pavor. Esses sintomas podem ser semelhantes aos experimentados em outras fobias. |
Alguns indivíduos podem ficar tão angustiados com a visão de certos itens que atrapalham seu modo de vida habitual. Você pode até se afastar de lugares ou situações que possam envolver o contato com eles.
Por exemplo, a seção de frutas do supermercado pode deixá-lo ansioso devido à possibilidade de ver morangos ou produtos similares. Isso pode chegar a um ponto em que restringe severamente sua capacidade de socializar, trabalhar ou ter prazer na vida.
Diferenças entre Tripofobia e Crise de Ansiedade
Diferenças incluem:
Tripofobia | Transtorno de ansiedade |
---|---|
Medo de grupos de pequenos buracos ou saliências | Medo e preocupação persistentes em resposta a uma ameaça percebida |
Os sintomas físicos podem incluir sudorese, náusea e tremores | Pode incluir sintomas físicos como ataques de pânico, coração acelerado e dificuldade para respirar |
Acionadores comuns são objetos como favos de mel, corais e sementes de lótus | Os gatilhos comuns são situações como falar em público, voar ou dificuldades financeiras |
Não é considerado um verdadeiro distúrbio psiquiátrico | Reconhecido como um distúrbio de saúde mental |
Frequentemente tratado com terapia de exposição | Frequentemente tratado com terapia cognitivo-comportamental |
Causas de Tripofobia
Existem algumas possibilidades, a maioria delas tem a ver com a evolução e adaptação humana. No entanto, ainda não se conseguiu identificar a origem exata desse pavor de buracos microscópicos[3]Le AT, Cole GG, Wilkins AJ. Assessment of trypophobia and an analysis of its visual precipitation. Quarterly Journal of Experimental Psychology. 2015 Nov;68(11):2304-22..
O termo “tripofobia”, cunhado pelo Dr. Geoff Cole e Prof. Arnold Wilkins, refere-se à crença de que as imagens de buracos densamente compactados são uma reminiscência de coisas que as pessoas historicamente tiveram motivos para temer (animais perigosos, doenças contagiosas) e que a visualização de imagens que se assemelham a essas causa desconforto naqueles que têm a doença.
Por exemplo, uma pesquisa na revista Cognition and Emotion sugere que a tripofobia pode estar ligada ao medo de parasitas e doenças infecciosas, que frequentemente mostram padrões de buracos bem espaçados (furúnculos, erupção cutânea de sarampo, picadas de insetos, corpo coberto de moscas, etc).
Essa resposta ao medo pode ser uma adaptação evolutiva que ajuda a nos manter seguros, alertando-nos sobre os riscos representados por esses organismos e criaturas.
História
O termo Tripofobia se origina do grego trypa (τρύπα), que significa “furar” ou “buraco”. A tripofobia é relatada principalmente por pacientes que sofrem com isso por meio de mídias sociais e blogs pessoais.
Há muitos anos, Rufo descreveu o caso de uma menina internada em um hospital dia, que tinha medo extremo de buracos, especialmente padrões repetitivos em instrumentos musicais.
Mais tarde, o fenômeno conhecido como Tripofobia, que provoca desconforto visual e medo excessivo ao observar imagens de buracos, foi estudado por Cole e Wilkins.
Eles descobriram que as imagens tripofóbicas possuem energia de alto contraste em frequências espaciais médias, o que causa desconforto em muitas pessoas, inclusive aquelas que não sofrem de Tripofobia. Essa aversão aparentemente é inata.
Fatores de Risco
A presença de tripofobia não é bem compreendida e há pesquisas limitadas sobre possíveis fatores de risco. Estudos indicaram que homens e mulheres podem sofrer de tripofobia, mas é mais prevalente em mulheres.
Além disso, pessoas com problemas de saúde mental, como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), depressão ou transtorno de ansiedade generalizada (TAG), podem ter maior probabilidade de experimentar tripofobia.
Diagnóstico
A tripofobia não é um transtorno de ansiedade oficialmente reconhecido e, portanto, não está listado no Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5) como uma condição diagnosticável.
Ainda se sabe relativamente pouco sobre isso.
Se você está tendo sentimentos de ansiedade frequentes, intensos e persistentes, é recomendável que você converse com um terapeuta qualificado e credenciado. Eles podem ajudá-lo a determinar se seus sintomas correspondem a um distúrbio de ansiedade conhecido ou se você precisa de um tipo diferente de suporte.
Eles também podem planejar o tratamento adequado e ajudá-lo a tratar esses sintomas.
Quando procurar um médico?
Se você costuma sentir ansiedade intensa e persistente e/ou repulsa que está causando angústia em sua vida cotidiana, trabalho e relacionamentos, pode ser hora de procurar ajuda médica.
Consultar um clínico geral e encontrar um terapeuta qualificado e credenciado pode ajudar a fornecer o suporte e o tratamento corretos.
Tratamento
O tratamento para tripofobia pode envolver psicoterapia, terapia comportamental cognitiva e terapia de dessensibilização sistemática.
A medicação pode ser prescrita para tratar os sintomas associados à ansiedade, mas não para curar a fobia.
Opções não farmacológicas incluem:
Tratamento | Descrição |
---|---|
Terapia cognitivo-comportamental (TCC) | A TCC é um tipo de psicoterapia que se concentra na mudança dos padrões de pensamento e comportamento que contribuem para a tripofobia. Pode ajudar os indivíduos a identificar e desafiar pensamentos negativos, bem como aprender novas estratégias de enfrentamento. |
Terapia de exposição | A terapia de exposição envolve a exposição gradual e sistemática do indivíduo ao objeto ou imagem temida. Essa técnica pode ajudar a diminuir a resposta de medo e aumentar o senso de controle do indivíduo sobre a situação. |
Técnicas de relaxamento | Técnicas de relaxamento, como respiração profunda, relaxamento muscular progressivo e imaginação guiada, podem ajudar a reduzir os sintomas físicos de medo e ansiedade que acompanham a tripofobia. |
Meditação | A meditação pode ajudar os indivíduos a se tornarem mais conscientes de seus pensamentos e sentimentos, bem como ajudá-los a obter controle sobre suas reações aos estímulos indutores de medo. |
Atenção plena | A atenção plena é uma forma de meditação que pode ajudar os indivíduos a se tornarem mais conscientes do momento presente e de seus pensamentos e sentimentos. Também pode ajudar os indivíduos a aceitarem melhor os estímulos que causam medo. |
Prognóstico
Os efeitos a longo prazo da tripofobia permanecem amplamente desconhecidos.
Enquanto os sofredores experimentam intenso medo e desconforto quando confrontados com estímulos visuais, todas as implicações dessa angústia ainda estão sendo estudadas.
Além disso, o impacto psicológico e físico dessa condição na saúde e no bem-estar geral do indivíduo ainda não foi totalmente compreendido.
Conclusão
Tripofobia é uma fobia específica que se caracteriza pelo medo ou aversão a buracos, ou padrões de pequenos buracos.
Embora a causa exata seja desconhecida, acredite-se que esteja relacionado a uma resposta emocional ou sensorial a estímulos visuais específicos. O tratamento pode envolver psicoterapia, terapia comportamental cognitiva e terapia de dessensibilização sistemática.
Se você acredita que pode estar sofrendo de tripofobia, recomendamos que procure ajuda de um profissional de saúde mental para um diagnóstico e tratamento adequado.
Referências Bibliográficas
↑1 | Kupfer TR, Le AT. Disgusting clusters: trypophobia as an overgeneralised disease avoidance response. Cognition and Emotion. 2018 May 19;32(4):729-41. |
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↑2 | Vargas Meza X, Koyama S. A social media network analysis of trypophobia communication. Scientific Reports. 2022 Dec 7;12(1):21163. |
↑3 | Le AT, Cole GG, Wilkins AJ. Assessment of trypophobia and an analysis of its visual precipitation. Quarterly Journal of Experimental Psychology. 2015 Nov;68(11):2304-22. |